sábado, 19 de junho de 2010

DOM VILSON EM CAXIAS

Assume hoje a Diocese de Caxias o bispo Dom Vilson. Será uma solenidade de muita importância, sobretudo para os oriundos das bases católicas do movimento de juventude.

Abaixo, publico aqui no Ecos artigo que escrevi (em 19/03/2010) quando da notícia de que o Padre Vilson seria bispo. Boas vindas ao Dom Vilson!


AGORA É DOM VILSON!
Franklin Douglas (*)

Os registros da infância e adolescência são os que definitivamente marcam nossas vidas. Sobretudo porque, geralmente, são acompanhados de boas lembranças.

Eles expressam também as mudanças comportamentais e do mundo em torno de nós a cada geração. Alguns exemplos:

Qual a leitura que marcou sua juventude? Os livros de Machado de Assis? “O Pequeno Príncipe”? “Poliana”? “Cristiane F”? A revista “Mundo Jovem”?

Qual o cinema que costumava ir com a turma? Cine Éden? Cine Monte Castelo? Passeio? Cine Alpha? Colossal?

Vez por outra circula na internet mensagens que tornam cômicas essas lembranças. Se você é do tempo do “ploc”, “motoca”, “conga”, “kichute”, “atari”...
Uma das poucas referências que se tornou comum às diversas gerações de jovens maranhenses talvez tenha sido o Colégio “Irmãos Maristas”. Variavam os irmãos diretores, mas ficava para os que nele estudaram a educação de qualidade sob a referência de Champagnat, o grêmio estudantil Coelho Neto, as olimpíadas Maristas e sua sede ampla, arborizada e estruturada. Que, por sinal, definha no centro da cidade...
Para os que não estudaram no Marista, mas estavam no Divina Pastora, Santa Teresa, Santa Terezinha, Dom Bosco ou grupos de juventude (da Pastoral da Juventude-PJ, do movimento Focolari, da JUAC/Pré-JUAC etc), o ginásio do Marista também foi palco das grandes celebrações do Dia Nacional de Juventude. Reuniam-se, nesses tempos de religião católica sob forte influência junto à juventude, cerca de 5 mil jovens no Marista.
Da mesma maneira, há padres de São Luís que marcaram gerações. Lembro dois deles que tiveram muita força junto aos movimentos juvenis: Pe. Marcos Passerine e Pe. João Mohana. Por ambos passaram gerações de jovens líderes estudantis e das bases da Igreja católica.
No ciclo dos anos 1990, um terceiro padre marcaria significativamente a geração PJ dessa época. Trata-se de Padre Vilson.
Gaúcho, ligado à Congregação do Sagrado Coração de Jesus, com estudos em Teologia e Filosofia realizados no Sul e Sudeste do País, ele fez sua opção pelo Maranhão, onde foi pároco em Viana, Santa Inês, Alto Alegre, Santa Luzia do Tide e em São Luís, na paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
Nesse período, aproximou-se e assessorou junto à Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) a Pastoral da Juventude. Com Pe. Vilson, vêm as lembranças das grandes romarias da juventude, mobilizando 30 mil jovens, a exemplo das que ocorreram nas cidades de Bacabal (1996) e Caxias (1998).
Desde 2007, Pe. Vilson se encontrava nas Filipinas, como formador da congregação que faz parte. Retornará a partir deste ano ao Maranhão.
As marcas que Vilson deixou como padre, com certeza prolongar-se-ão a partir deste momento através de sua condição de bispo. Nomeado pelo Papa Bento XVI para a Arquidiocese de Caxias, padre Vilson agora é Dom Vilson!
Junta-se a Dom Xavier e outras referências de uma Igreja católica a serviço dos pobres. É uma gota de esperança no mar de conservadorismo que toma conta do catolicismo. Quem sabe também momento de renovar os registros que podem ficar de uma geração de jovens a serem engajados na luta por um Maranhão sem desigualdades, de oportunidades para todos os seus filhos, não apenas os afortunados.
Parabéns padre, digo, Bispo Vilson!
(*) Franklin Douglas – jornalista e professor, 36 anos.
Artigo publicado no Jornal Pequeno, edição de 20/06/2010, p. 06.

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