sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Poesia de Quinta - Número 136

Por Deíla Maia



Esta semana comecei a ler um livro clássico que eu já tinha em casa há anos e que, infelizmente, estava apenas enfeitando minha biblioteca... O livro: O segundo sexo, de Simone de Beauvoir.
 
Não sei se é pela minha gravidez e pelo fato de minha filha ser uma menina, deu-me uma súbita vontade de ler este livro de que tanto se fala/falou e que eu, particularmente, nunca havia lido.
A primeira frase do livro já foi de cara impactante: "Ninguém nasce mulher, torna-se mulher"... E ela faz uma profunda e arguta reflexão de como tudo o que a gente conhece como "feminino", como "natural da mulher", na verdade, é incutido em nossas cabeças, de forma consciente ou não, desde que nascemos, desde a mais tenra infância...
O livro foi escrito em 1949 e, graças a Deus, a nossa realidade feminina hoje é bem diferente do que a da época em que ela escreveu este clássico da literatura de gênero. Mas nem por isso deixa de ser interessante de ler, até porque muitas das conquistas feministas que hoje são tidas como "naturais" hoje em nossa sociedade (a mulher votar, estudar, trabalhar, morar só, etc.) são frutos de pessoas corajosas e ousadas como esta autora, que foi um verdadeiro ícone de sua época. E mesmo na atualidade, há vários recantos do mundo em que as mulheres ainda são proibidas de muitas coisas.
 
Com certeza, a educação que darei a Isadora será bastante diferente da que eu recebi, assim como a da minha mãe foi bem diferente da que ela recebeu da minha vó... E assim as coisas vão mudando, evoluindo ou involuindo (a depender do ponto de vista). Tomara que chegue o dia (e acho que já está perto), em que homens e mulheres de todo o mundo consigam se enxergar com suas diferenças e subjetividades, mas que sejam tratados com igual respeito e autonomia... É o meu sonho!!!!
Ofereço a Poesia de Quinta de hoje para a minha querida Katiuscia Pinheiro, que sempre foi uma referência na área de gênero para mim aqui em São Luís.
 
OBS: A frase não é do livro que estou lendo. Tirei da internet mesmo. Não sei a fonte (obra da qual foi tirada). Mas reflete muito bem o espírito libertário da autora.

Beijos.

Deíla




"Que nada nos limite...
Que nada nos defina...
Que nada nos sujeite...
Que a liberdade
seja a nossa própria substância..."
Simone Beauvoir

Em tempo:
Atualizando a coluna. Essa Poesia de Quinta nº 136 foi originalmente enviada em 28/7/2011

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