Existem
homens públicos que, no exercício de seus mandatos, cultivam a
mórbida pretensão de enganar o povo; esforçando-se por fazer-nos
acreditar na “pureza” de suas encenações artisticamente
urdidas.
Apesar
dos muitos comediantes que atuam nesse cenário, o que mais se
identifica com aludido perfil é o senador José Sarney, devido à agravante de sua retórica produzir maior volume de fumaça do que
propriamente o poder de fogo por ele supostamente imaginado.
Tudo
que ele prega é produto de consumo pessoal, porque, na prática, age
de forma diferente, não passando de um vezeiro queimador de
eloquentes palavras.
Nos
discursos produzidos no Parlamento Nacional, proclama-se democrata e
progressista, no entanto, historicamente, não passa de um ardoroso
defensor de ditadura, a exemplo do que aconteceu em 64; chegando
inclusive à condição de presidente do partido dos militares
(ARENA).
Com
esta sigla, conviveu pacífica e comodamente, apoiando medidas
arbitrárias. Quem, com maior empenho, na área civil, elogiou o AI-5?
Ocasião em que acusou a oposição de
simplista por haver esta se posicionado de forma contrária a tais
irregularidades? O então governador Sarney!
Comporta
neste espaço acrescentar a afirmação que fez da Tribuna do Senado,
a respeito da nossa soberania, que segundo ele passava a ser exercida
em toda a sua plenitude com o advento dos militares no poder,
deixando, pois, de ser mero “slogan”!
Apesar
de suas habituais mistificações, não consegue esconder as suas
honoríficas qualidades de itinerante no campo político-ideológico: atitudes que lhe asseguram a titularidade de Trivial
convolador!
Aferrado
ao individualismo, preconceitos e superstições, o seu horizonte não
passa da altura do seu umbigo.
Essas
atrofias, sempre tendentes a evoluir, faz parte de sua gênesi
política.
Caudatário
das oligarquias transplantadas dos demais estados do Nordeste para
nossa terra, através do Senador Vitorino, procurou de imediato
aliançar-se com este, em favor do qual fazia exacerbada apologia, e
ainda o tratando por chefe, com gestos bajulatórios...
Durante
os 14 anos que se juntou com Vitorino, contribuiu substancialmente
para transformar o Maranhão num celeiro de atraso e miséria! Isso
acontecendo na primeira fase da sua já acidentada carreira política.
Inspirado
no fisiologismo, comumente a presidir as suas ações, tão logo
previra o declínio do império vitorinista, rompe com o mesmo,
colocando seu apoio à disposição da facção que com tanta
veemência combatera!
Note-se que, anos antes, objetivando à participação
de seus mais fieis escudeiros no primeiro escalão do governo da
época, simula desligamento com os detentores do poder, dizendo-se a
favor da candidatura do deputado Millet à governança do estado.
Porém, bastou o chefe do Executivo disponibilizar-lhe duas
secretarias de Estado (Saúde e Agricultura), para que ele retornasse
às suas raízes ou ao salutar convívio vitorinista. Consumara-se, dessa forma, mais uma vilania por parte da figura em foco!
O
mais cômico acontece no momento em que, incorporando-se ao novo
grupo, utiliza-se, sem o mínimo escrúpulo, de recursos espúrios
para criticar os mesmos mandatários que o ajudara a eleger. O refrão
por ele instrumentalizado baseava-se no atraso sofrido pelo Estado
naqueles 20 anos de domínio vitorinista, como se o mesmo nunca
participara desse vergonhoso e deprimente processo!
A
realidade é que, estimulado pela volúpia do poder a lhe abastecer o
ego, nunca soube ser oposição. Acostumou-se desde cedo a depender
de governos. Agindo como experiente bailarino político, só dança
mediante os acordes sublimados pelos orquestradores do poder. E como
dança!...
Nos
idos que antecederam sua candidatura à governança estadual, através
do artigo de nossa autoria, publicado no Jornal Pequeno, intitulado a
FALSA COMÉDIA, alertávamos o perigo que representava para o
Maranhão o ainda jovem José Sarney!
Para
não nos alongarmos, fiquemos só nesses detalhes, embora existam
tantos outros.
Agora,
fazemos um apelo à nova geração: que esta fixe na memória, se
possível de forma didática, a máxima (já que esta tem a ver com a
figura do político José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, por
cognome Sarney): PASSADO COMPROMETEDOR, FUTURO DUVIDOSO!
(*) Wagner Baldez - é Servidor Público
Aposentado, membro do Comitê de Defesa da Ilha, um dos fundadores do
instituto Maria Aragão e integra a Executiva Estadual do PSOL/MA.
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