Só a forte cobrança da opinião pública maranhense obrigará o sistema de segurança pública a dar resposta ao assassinato do jornalista Décio Sá, tal como ocorreu no caso "Stênio Mendonça", na década de 1990.
Isso independe da qualidade e da opção ideológica do jornalismo feito por Décio: trata-se da vida humana, do direito à liberdade de expressão, de encorajar jornalistas a não calarem e afastar deles - e da sociedade - a cultura do medo, de silenciar por receio de represálias.
Só a cobrança da sociedade, repito, obrigará a oligarquia a cortar na própria carne, como foi obrigada a fazer na CPI do Narcotráfico/Crime Organizado. Sobretudo porque a violência é estrutural, criada e incorporada ao sistema político pela elite política que o conformou nos últimos 50 anos. Ontem foi o trabalhador rural "Cabeça", de Buriticupu, hoje o jornalista Décio Sá... amanhã poderá ser qualquer um, se os maranhenses se calarem.
Não à pistolagem! Não à impunidade!!
Abaixo, texto do Blog do Pedrosa, com o qual tem concordância acerca do fato:
"O jornalista Décio Sá foi assassinado brutalmente, ontem à noite, por volta das 22:30 h. Estava jantando, no bar "Estrela do Mar, na Avenida Litorânea. Certamente foi alvo de um pistoleiro de aluguel.
Décio deveria ter muitos inimigos pessoais, devido ao seu estilo de jornalismo, pouco preocupado com a ética.
Ele simplesmente vendia serviços jornalísticos e mantinha como orientação apenas a defesa dos Governos do grupo Sarney. Quem não coubesse dentro dessa orientação geral, simplesmente era perseguido e desmantelado moralmente, a seu bel prazer. Fora isso, as situações, onde o manejo das versões poderia ser negociado. Diga-se de passagem: a verdade nunca foi o seu forte.
Apesar disso, mantinha talvez o blogue mais acessado no Estado, onde reunia o conjunto mais completo de informações jornalísticas. A sua morte talvez desvende o que ocorre nos bastidores de um tipo de mídia no Estado.
Apesar das dívidas morais, Décio Sá não deveria estar preocupado, menosprezando um ataque físico de seus inimigos. Perambulava tranquilamente pela cidade e foi morto num lugar público.
O que mais espanta é a forma como foi morto - não apenas a morte em si. Duas pessoas numa moto. Um, desce do veículo, atravessa a avenida e vai buscar sua vítima, sentado numa mesa de bar. Friamente, sem discussão ou diálogo, atira, cinco vezes, certeiramente. Três tiros atingem a cabeça do jornalista, que, certamente, tombou morto. Um principiante não conseguiria fazer esse tipo de serviço.
O manejo com uma pistola .40 foi facilitado pela proximidade do alvo, mas não descarta o controle emocional, alcançado pela experiência de situações semelhantes.
Serviços como esses não saem barato. O mandante tem dinheiro. Arrisco até a dizer que quem manda matar jornalista tem uma preocupação exacerbada com sua imagem pessoal. É alguém que depende da sua imagem para atuar - econômica ou politicamente.
Arrisco também a dizer que talvez o blogue de Décio não seja a fonte privilegiada para encontrar o culpado pelo crime. É provável que a eliminação física tivesse por objetivo impedir uma determinada postagem. Nesse caso, o sigilo telefônico também pode ser um caminho.
O fato é que Décio morre reafirmando o que todos nós sabíamos: o Maranhão não é um Estado seguro para se viver.
Espero que o clamor da classe jornalística exerça a pressão necessária sobre os órgão de segurança e os assassinos e seus mandantes sejam presos."
Décio deveria ter muitos inimigos pessoais, devido ao seu estilo de jornalismo, pouco preocupado com a ética.
Ele simplesmente vendia serviços jornalísticos e mantinha como orientação apenas a defesa dos Governos do grupo Sarney. Quem não coubesse dentro dessa orientação geral, simplesmente era perseguido e desmantelado moralmente, a seu bel prazer. Fora isso, as situações, onde o manejo das versões poderia ser negociado. Diga-se de passagem: a verdade nunca foi o seu forte.
Apesar disso, mantinha talvez o blogue mais acessado no Estado, onde reunia o conjunto mais completo de informações jornalísticas. A sua morte talvez desvende o que ocorre nos bastidores de um tipo de mídia no Estado.
Apesar das dívidas morais, Décio Sá não deveria estar preocupado, menosprezando um ataque físico de seus inimigos. Perambulava tranquilamente pela cidade e foi morto num lugar público.
O que mais espanta é a forma como foi morto - não apenas a morte em si. Duas pessoas numa moto. Um, desce do veículo, atravessa a avenida e vai buscar sua vítima, sentado numa mesa de bar. Friamente, sem discussão ou diálogo, atira, cinco vezes, certeiramente. Três tiros atingem a cabeça do jornalista, que, certamente, tombou morto. Um principiante não conseguiria fazer esse tipo de serviço.
O manejo com uma pistola .40 foi facilitado pela proximidade do alvo, mas não descarta o controle emocional, alcançado pela experiência de situações semelhantes.
Serviços como esses não saem barato. O mandante tem dinheiro. Arrisco até a dizer que quem manda matar jornalista tem uma preocupação exacerbada com sua imagem pessoal. É alguém que depende da sua imagem para atuar - econômica ou politicamente.
Arrisco também a dizer que talvez o blogue de Décio não seja a fonte privilegiada para encontrar o culpado pelo crime. É provável que a eliminação física tivesse por objetivo impedir uma determinada postagem. Nesse caso, o sigilo telefônico também pode ser um caminho.
O fato é que Décio morre reafirmando o que todos nós sabíamos: o Maranhão não é um Estado seguro para se viver.
Espero que o clamor da classe jornalística exerça a pressão necessária sobre os órgão de segurança e os assassinos e seus mandantes sejam presos."
Um comentário:
E VOCÊ BRINDOU ISSO COM CHAMPANHE, NÃO FOI?
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