segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sarney, a mentira e o golpe de 64 - porque recordar é viver!


"Sarney mente, por exemplo, quando afirma que: “Na semana depois do Golpe Militar, em um clima de grande temor, de grande apreensão dentro do Congresso, em que o caráter dos homens é posto à prova, quatro dias depois, fui à tribuna da Câmara, para defender o mandato dos Deputados cassados:



‘José Sarney lidera a campanha contra a cassação de Deputados’ – quatro dias depois de 31 de março. Havia uma inquietação muito grande, temores de todos os lados, mas eu fui para a tribuna do Congresso, da Câmara dos Deputados, para defender contra a cassação dos Deputados e tive a oportunidade de dizer, sob aplausos da Bancada udenista, em meu discurso:



‘Aqui não se cassa ninguém fora dos termos previstos na Constituição e na Lei Magna, que deve ser respeitada a todo custo. ’ Não era fácil naquele tempo se tomar uma posição dessa natureza.”



Quatro dias depois de 31 de março foi à tribuna da Câmara para defender o mandato dos deputados cassados?



Mentira. Primeiro porque não teria jamais coragem para tal atitude. Segundo, pelo fato que quatro dias depois do golpe não havia nem deputado nem ninguém cassado. A primeira lista de cassações de mandatos e de direitos políticos foi no dia 9 de abril de l964. Não quatro, mas nove dias depois do golpe. E, além do mais, divulgada no dia seguinte, 10.



Quem tiver dúvida pode consultar o Banco de Dados da Folha de São Paulo, Cronologia do Golpe de 1964. (...)



Sarney mente ainda quando diz que foi à Tribuna (da Câmara dos Deputados) e “sob os aplausos da bancada udenista” afirmara que ali “não se cassava ninguém...”. Balela.



(...)


Outra invencionice gabola tão reprisada por Sarney é que foi o “único governador do país a protesta contra o Ato-5”. editado em 13 de dezembro de 1968.


Mais uma mentira. Na realidade, a nota de Sarney data de 17 de dezembro de 68(quatro dias depois) e foi publicada pelo Jornal do Dia, de São Luis, em na edição da quarta feira, 18.



“Compreendo perfeitamente, homem de governo, as dificuldades enfrentadas pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Marechal Artur da Costa e Silva, tendo de romper a ordem jurídica, marchando para o estabelecimento de medidas de exceção que ferem os postulados democráticos (...) Conheço o pensamento das Forças Armadas do Brasil, o seu Patriotismo, creio nos altos propósitos e nos seus permanentes objetivos”. (...)




Nela longe de protestar, bajula. Exalta a ditadura militar e bajula os ditadores de plantão em especial o marechal Costa e Silva.“Fui eleito pelo Povo. MEU MANDATO TROUXE A MARCA DA LUTA E SÓ FOI POSSÍVEL GRAÇAS À moralização eleitoral, às garantias surgidas e à liquidação da oligarquia política, OBRA, COMO TANTAS VEZES AFIRMEI, DA REVOLUÇÃO QUE EU APOIEI E POR ELA FUI APOIADO”.


Sarney, capacho da ditadura e dos militares golpistas"... continue lendo aqui o artigo "Sarney e a Ditadura Militar: bajulação e mentira", de Haroldo Saboia, publicado no Ecos das Lutas de 20/08/2009.





Um comentário:

Marcelo disse...

Como comentário, um texto do Sarney em 10.4.1975, em O Estado de São Paulo.

"Em nenhum país a contestação do regime é tolerada, dispondo ele ou não de atos de exceção. (...) Que ditadura é essa no Brasil em que não há ditador? Em que a oposição ganha eleições? Que ditadura é essa que aceita todo tipo de críticas?
(JOSÉ SARNEY in O Estado de São Paulo, 10 de abril de 1975)"