DIVÃ MARANHENSE 9 (Fevereiro de 2014)
O imbróglio continua, continua(!),
continua(?), …
O sarneismo e os seus dissidentes, os
reinaldo-dinistas, parecem continuar mergulhados na incerteza.
Estão ansiosos. Falam e fazem a mesma
política, sob o mesmo paradigma e seguindo a mesma lógica.
Elaboram os seus passos na busca pelo
poder baseados na conquista do apoio do poder central.
Foi assim com Benedito Leite, Urbano
Santos, Vitorino Freire e, nos últimos 48 anos, com José Sarney.
(É o dilema da influência do poder
central sobre os destinos de um estado periférico dependente).
Acham que a realpolitik é a norma. É a política decidida nos gabinetes com os
conchavos e compromissos nem sempre divulgados.
Enquanto não tivermos a decisão
petista, que poderá acontecer formalmente ou não, resta aos dois segmentos
"politicar" pelo tão cobiçado apoio de quem, em 2010, obteve 70% e
79% dos votos, respectivamente, nos primeiro e segundo turnos.
Vale lembrar que o Bolsa Família
estava presente em 53% das famílias maranhenses. Hoje, esse número é bem maior.
Recentemente, o pré-candidato ao
governo dos dissidentes afirmou que "Lula e Dilma querem a saída do clã
Sarney do governo do Maranhão"; "que o Sarney só apoiou o Lula quando
a vitória já estava sacramentada", "que o Sarney não foi sequer um
aliado de primeira hora".
O sarneismo, com os seus longos anos
de realpolitik, nada respondeu. Está
quieto conforme o momento exige. Sabe do apreço (e que apreço!) do Lula pelo
senhor incomum, da sua amizade com as principais figuras da era petista cuja
governabilidade é devida a ele e ninguém mais.
O divã permanece e o poder central
poderá formalizar algo que nenhuma das duas forças poderão se distanciar.
2014
poderá ser mais uma edição de 2010, quando estas duas forças mantiveram-se,
lado a lado, no apoio federal.
E
como ficarão os acertos com os outros palanques presidenciais oposicionistas?
Talvez nem Freud poderá explicar. Quem ficará com o papel de
traidor ou de traído?
Cabe aos que se encontram fora dos
dois campos fazer crescer as candidaturas alternativas já postas, a da deputada
estadual Eliziane Gama (PPS) e a do advogado Luis Pedrosa (PSOL).
Assim, poderemos fazer com que o divã
não nos submeta ao sono profundo da mesmice.
Igor Lago, 05/02/2014.
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