sexta-feira, 2 de maio de 2014

Artigo Wagner Baldez: BARRA DO CORDA NOS ARQUIVOS DO TEMPO


 

Wagner Baldez (*)



Com veemente disposição, submeto-me ao exaustivo labor de procurar nos arquivos do tempo acontecimentos relacionados com os descobrimentos dos municípios maranhenses. Ainda que todos despertassem no meu espírito profundo interesse, a verdade é que, neste particular, a BARRA DO CORDA mereceu o aporte de minha preferência, sobretudo pelo seu valioso e consagrado acervo histórico.

As diversas etapas de sua expressiva e fascinante trajetória exercem uma força telúrica arrebatadora, que acaba por vincular emocionalmente o leitor aos destinos do referido território.

Já nos albores de sua existência, os membros da expedição exploradora previram que naquele local surgiria uma civilização com a nobre missão de revitalizar o progresso do sertão, até então no mais completo isolamento, devido à falta de povoamento nessa extensa faixa de terra recém-descoberta.

Considerando a sua localização no centro geográfico do Estado, logicamente que a BARRA DO CORDA funcionaria, inclusive, como entreposto ou polo de integração, facilitando a aproximação de agrupamentos humanos distanciados um dos outros.

Tão logo espalhada a notícia do acontecimento, começou o fluxo de pessoas vindas dos mais longínquos recantos: mormente pelas informações obtidas de que o lugar possuía terras férteis, matas exuberante, rico em água, clima ameno, o que fazia do local o mais precioso jardim dos sertões maranhenses!

Não por acaso, pois, nasceu num berçário de flores, já que no mês de maio (3) de 1835, data oficial do seu descobrimento pelo sertanista cearense Manuel Rodrigues de Melo Uchoa.

A acolhida que espontaneamente era dispensada a todos que para lá se dirigiam com a finalidade de fixar moradia, contribuiu para que a sua ocupação se fizesse de forma acelerada.

Com o crescimento populacional, BARRA DO CORDA se encontrava apta a iniciar o seu desenvolvimento econômico, social, político e cultural, e foi exatamente isso que ocorreu.

Por inspiração do Dr. Isaac Martins, culto e digno magistrado, foi fundado o primeiro estabelecimento de instrução secundária da interland maranhense, inclusive em sistema de internato. “O Colégio Popular”, como viera a ser denominado, prestou relevantes serviços à mocidade de toda vasta região sertaneja.

O ensino ministrado era da mais perfeita qualidade, já que o corpo docente era constituído de renomados educadores!

BARRA DO CORDA passou a ser reconhecida como FAROL DO SABER e POLO IRRADIADOR DE CULTURA, a iluminar as mentalidades sequiosas de conhecimentos.

Dr. Isaac Martins foi também o criador do Jornal O NORTE, através do qual difundiu as ideias republicanas. Mas um título vinha a ser incorporado ao glorioso perfil da BARRA DO CORDA: MATRIZ DO MOVIMENTO REPUBLICANO no Estado do Maranhão!

Embora tenha deixado de enumerar outros eventos de significativa importância (dada à exiguidade do espaço), somente esses a que fiz alusão, tornam-se o suficiente para celebrizar o município que completa 179 anos de existência, o que, aliás, constitui motivo de orgulho para seus filhos, sobremaneira por saberem reconhecidos pela História os fatos memoráveis conquistados com acendrado amor e elevado civismo.

Parabéns BARRA DO CORDA, por completares 179 anos de caminhada no tempo; pois somente aqueles que se dispõem a este tipo de enfrentamento podem viver todos os dias com a certeza de chegar.


(*) Wagner Baldez - Funcionário Público Aposentado, é membro da Comitê de Defesa da Ilha e fundador do Instituto Maria Aragão. Integra a Direção Estadual do PSOL/MA.

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