Wagner Baldez (*)
Com
veemente disposição, submeto-me ao exaustivo labor de procurar nos
arquivos do tempo acontecimentos relacionados com os descobrimentos
dos municípios maranhenses. Ainda que todos despertassem no meu
espírito profundo interesse, a verdade é que, neste particular, a
BARRA DO CORDA mereceu o aporte de minha preferência, sobretudo pelo
seu valioso e consagrado acervo histórico.
As
diversas etapas de sua expressiva e fascinante trajetória exercem
uma força telúrica arrebatadora, que acaba por vincular
emocionalmente o leitor aos destinos do referido território.
Já
nos albores de sua existência, os membros da expedição exploradora
previram que naquele local surgiria uma civilização com a nobre
missão de revitalizar o progresso do sertão, até então no mais
completo isolamento, devido à falta de povoamento nessa extensa
faixa de terra recém-descoberta.
Considerando
a sua localização no centro geográfico do Estado, logicamente que
a BARRA DO CORDA funcionaria, inclusive, como entreposto ou polo de
integração, facilitando a aproximação de agrupamentos humanos
distanciados um dos outros.
Tão
logo espalhada a notícia do acontecimento, começou o fluxo de
pessoas vindas dos mais longínquos recantos: mormente pelas
informações obtidas de que o lugar possuía terras férteis, matas
exuberante, rico em água, clima ameno, o que fazia do local o mais
precioso jardim dos sertões maranhenses!
Não
por acaso, pois, nasceu num berçário de flores, já que no mês de
maio (3) de 1835, data oficial do seu descobrimento pelo sertanista
cearense Manuel Rodrigues de Melo Uchoa.
A
acolhida que espontaneamente era dispensada a todos que para lá se
dirigiam com a finalidade de fixar moradia, contribuiu para que a sua
ocupação se fizesse de forma acelerada.
Com
o crescimento populacional, BARRA DO CORDA se encontrava apta a
iniciar o seu desenvolvimento econômico, social, político e
cultural, e foi exatamente isso que ocorreu.
Por
inspiração do Dr. Isaac Martins, culto e digno magistrado, foi
fundado o primeiro estabelecimento de instrução secundária da
interland maranhense, inclusive em sistema de internato. “O Colégio
Popular”, como viera a ser denominado, prestou relevantes serviços
à mocidade de toda vasta região sertaneja.
O
ensino ministrado era da mais perfeita qualidade, já que o corpo
docente era constituído de renomados educadores!
BARRA
DO CORDA passou a ser reconhecida como FAROL DO SABER e POLO
IRRADIADOR DE CULTURA, a iluminar as mentalidades sequiosas de
conhecimentos.
Dr.
Isaac Martins foi também o criador do Jornal O NORTE, através do
qual difundiu as ideias republicanas. Mas um título vinha a ser
incorporado ao glorioso perfil da BARRA DO CORDA: MATRIZ DO MOVIMENTO
REPUBLICANO no Estado do Maranhão!
Embora
tenha deixado de enumerar outros eventos de significativa importância
(dada à exiguidade do espaço), somente esses a que fiz alusão,
tornam-se o suficiente para celebrizar o município que completa 179
anos de existência, o que, aliás, constitui motivo de orgulho para
seus filhos, sobremaneira por saberem reconhecidos pela História os
fatos memoráveis conquistados com acendrado amor e elevado civismo.
Parabéns
BARRA DO CORDA, por completares 179 anos de caminhada no tempo; pois
somente aqueles que se dispõem a este tipo de enfrentamento podem
viver todos os dias com a certeza de chegar.
(*) Wagner Baldez - Funcionário Público Aposentado, é membro da Comitê de Defesa da Ilha e fundador do Instituto Maria Aragão. Integra a Direção Estadual do PSOL/MA.
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