terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão

A Presidência do Senado colocou o senador amapo-maranhense José Sarney (PMDB) no olho do furacão da mídia nacional. Sarney só foi ofuscado pelo democrata Edmar Moreira (MG), o deputado do castelo de milhões que não durou uma semana na Mesa da Câmara dos Deputados. Mas a disputa (negativa) pelos holofotes foi grande! Confira a repercussão nacional (afora o que saiu na Econosmist-Inglaterra).


Do Jornal Pequeno-10/2, repercutindo O Estado de São Paulo (9/2) - (http://www.jornalpequeno.com.br/2009/2/10/Pagina98552.htm)

AGORA É O JORNAL ‘O ESTADO DE S. PAULO’ QUE REVELA FALCATRUAS DO CLÃ SARNEY
Grupo chefiado pelo superintendente da Mirante teria se valido de afilhados de Sarney em estatais para obter obras

Reportagem publicada na edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo confirma o que o Jornal Pequeno já havia revelado em várias matérias: que a investigação feita pela Polícia Federal nas empresas da família Sarney mostra que o suposto esquema que envolveria integrantes do clã em lavagem de dinheiro, fraude em licitação e desvio de recursos públicos pode ter atuado no Maranhão durante a gestão de Roseana Sarney (PMDB-MA) no governo do Estado (1998-2002). O jornal paulista também destaca que a PF quer investigar se o “esquema Fernando” se valeu de contatos com pessoas indicadas pelo senador José Sarney (PMDB-AP) para cargos em estatais para obter vantagens em obras públicas.

Prossegue o Estadão: “De acordo com documento sigiloso da PF, uma das empresas investigadas - a Proplan - participou da execução do projeto de recuperação da Lagoa de Jansen, obra orçada em R$ 118 milhões. O caso, mesmo antigo, mereceu a atenção da PF na investigação aberta em 2007. Os policiais pediram à Justiça autorização para buscar documentos do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, no que seria a empresa de contabilidade da Proplan.

Além disso, em ofício sigiloso encaminhado à 1ª Vara Criminal Federal do Maranhão, a PF informa terem sido ‘freqüentes os contatos promíscuos’ entre os integrantes do esquema e o diretor de engenharia da estatal Valec, Ulisses Assad.

Assad foi diretor da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão (Caema) no governo Roseana e indicado para a diretoria da Valec por Sarney. Ele não foi encontrado para comentar a suspeita. Roseana disse, por meio de sua assessoria, que não poderia se manifestar sem antes ter acesso aos documentos da PF e lembrou que as contas de sua gestão foram aprovadas pela Justiça eleitoral.

Grampos – Nessa mesma investigação, a PF grampeou telefonema entre Sarney e seu filho Fernando. Na conversa, revelada pelo Estado, o senador pergunta ao filho se ele recebera informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), supostamente sobre processo que, então, corria em sigilo. Fernando responde: ‘Também’.

A escuta da Polícia Federal mostra ainda os dois combinando o uso das empresas de comunicação da família para responder a um artigo publicado por Aderson Lago, primo do governador do Maranhão, Jackson Lago, seu inimigo político. O diálogo foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo. No texto que provavelmente motivou as reclamações de Sarney, Aderson o chama de ‘velho oligarca’. Na conversa com o filho, Sarney reclama que Aderson ‘foi muito cruel’ e o insultou de ‘maneira brutal’. E pede que o filho leve para a televisão denúncias contra as empresas de Aderson.

Nesta semana, Sarney pode ver o adversário perder o mandato. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve concluir o julgamento do processo de cassação de Jackson Lago, interrompido no fim do ano passado. O relator do processo, ministro Eros Grau, votou pela cassação do mandato e a favor da posse da segunda colocada nas eleições, a senadora Roseana Sarney.”
(Da Redação, com informações de Felipe Recondo, da sucursal de O Estado de S. Paulo em Brasília)








Da Folha de São Paulo-8/2, Caderno Brasil (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0802200912.htm)- para assinantes


GRAMPO DA PF INDICA QUE SARNEY USOU JORNAL E TV PARA ATACAR GRUPO DE LAGO
Governador do MA também é acusado, por assessores de Sarney, de usar veículos de comunicação para ataques

Como as emissoras de TV são concessões públicas, a lei 4.117/62 proíbe seu uso para fins políticos; senador não comenta a escuta da PF
LEONARDO SOUZAFELIPE SELIGMANDA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador José Sarney (PMDB-AP) e seu filho Fernando Sarney aparecem em uma escuta legal da Polícia Federal discutindo o uso de duas empresas do grupo de comunicação da família -a TV Mirante (afiliada da Rede Globo) e o jornal "O Estado do Maranhão"- para veicular denúncias contra seus rivais do grupo do governador Jackson Lago (PDT).

O Maranhão vive uma acirrada disputa política entre Sarney, eleito presidente do Senado na segunda-feira, e Lago -que também é acusado pelo grupo do senador de utilizar a mídia local para atacá-lo.

Em uma das conversas, a cujo áudio a Folha teve acesso, Sarney liga para seu filho pedindo que ele levasse à TV acusações contra Aderson Lago, primo e chefe da Casa Civil do governador Lago, que derrotou a filha de Sarney, Roseana, em 2006. Como as emissoras de TV operam por meio de concessão pública, a lei 4.117/62 veda seu uso para fins políticos.

O grampo foi feito pela PF nos telefones de Fernando, principal alvo da Operação Boi Barrica, que apura movimentações financeiras de empresas da família Sarney no período eleitoral de 2006. Fernando sacou R$ 2 milhões nos dias 25 e 26 de outubro daquele ano, três dias antes do segundo turno. O senador não é alvo do inquérito. Procurados pela Folha, Sarney e Fernando não quiseram se manifestar sobre o assunto.Em um diálogo de 17 de abril de 2008, os dois tratam de uma denúncia publicada num blog do Maranhão contra Aderson e seu filho, Aderson Neto. Segundo o blog, Neto teria se envolvido em desvio de recursos públicos de convênios firmados entre a Prefeitura de Caxias (MA) e o governo estadual.

Na conversa, Sarney manda Fernando -que dirige o grupo de comunicação da família- levar ao ar na TV Mirante uma reportagem sobre o caso, ressaltando que Aderson sempre o atacou e que o insultou de "maneira brutal" num artigo. Fernando dá a entender que foi ele quem vazou a informação contra Aderson para o blog, e que já estava preparando reportagens sobre o tema tanto na TV quanto no jornal da família.

Sarney provavelmente se referia a um artigo publicado por Aderson no "Jornal Pequeno" e em "O Imparcial", no dia 15 de maio de 2007. No texto, Aderson chamou Sarney de "velho oligarca" e disse que luta contra o grupo do ex-presidente desde 1990, tendo feito "algumas das denúncias que mais incomodaram aquele que desejou ser o dono do Maranhão".

Reportagem
No dia seguinte ao diálogo entre Sarney e seu filho, "O Estado do Maranhão" publicou a reportagem "Empresa sediada no Rio recebeu verba pública destinada a Caxias", sobre a denúncia contra Aderson e seu filho. Houve ainda duas outras reportagens negativas a Lago na semana seguinte. Lago diz que a TV também fez matérias sobre as denúncias. Como o site da TV está fora do ar, não foi possível consultar os arquivos para verificar se isso ocorreu.

Aliados de Sarney, por seu turno, acusam Lago da mesma prática, utilizando veículos locais capitaneados pelo "Jornal Pequeno". "Os veículos de comunicação a serviço do governador Jackson Lago, entre os quais o "Jornal Pequeno", atacam a família Sarney de forma irresponsável, criminosa e sistemática, mas nem por isso a família Sarney usa seus veículos de comunicação para responder a essas calúnias", disse a assessoria do senador, que não quis comentar o grampo.

O deputado estadual Ricardo Murad (PMDB), líder do bloco de oposição ao governo estadual, vai ainda mais longe. Murad afirmou que Jackson Lago, por meio da Secretaria de Comunicação do Estado, financia diversos veículos de comunicação para atacar a família Sarney: "Com a exceção do sistema Mirante, quase todos os veículos de comunicação do Estado estão a serviço do governador. Esses jornais, capitaneados pelo "Jornal Pequeno", são bancados pela Secom", disse Murad, sem exibir provas.

Lourival Bogéa, diretor-geral e sócio do "Jornal Pequeno", rebateu as acusações: ""O Jornal Pequeno" é um veículo de comunicação que tem uma causa no Maranhão, que é a causa da democracia política".

Aderson Lago também nega as acusações: "Desde o primeiro dia do governo, eles tentam nos atacar, seja pela televisão, rádio, jornal ou blog", disse ele.

Segundo ele, aliados da família Sarney chegaram a pedir investigação ao Ministério Público Federal, sem sucesso. A Procuradoria da República no Maranhão confirmou que não há procedimento sobre o assunto. A Folha também não localizou processos contra Aderson e seu filho relacionadas ao caso.

Em 2001, Aderson ganhou uma causa no STJ por "danos morais" contra a Gráfica Escolar S/A, que edita "O Estado do Maranhão". Segundo Lago, seu filho foi tachado de "assassino" após um acidente de carro.

No Jornal da Globo - Rede Globo, ARNALDO JABOR - em 05/2 (http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM961031-7823-CORREGEDOR+E+PRECURSOR+DO+FEUDALISMO+NO+BRASIL+AFIRMA+JABOR,00.html)

Arnaldo Jabor comenta feudalismo ressuscitado por Edmar Moreira e o relaciona a velhas oligarquias como Sarney-Marnahão, Renan-Alagoas etc.

"(...) Edmar é o percursor do regime ideal para nós: o feudalismo. E nem precisamos dividir o Brasil em feudos. Pois já o é. Vejam as terras do barão Sarney. Seu castelo da ilha de Curupu, no Maranhão. (...)"


Do Colunista Macaco Simão (Folha de São Paulo-04/2)

(...) E o Sarney? A coruja empalhada! Sabe qual foi sua primeira medida como presidente do Senado? Botou a placa: "Não se aproxime, propriedade particular"! E um leitor mandou perguntar se, quando o Sarney morrer, se ele morrer, quer dizer, na possibilidade remota dele morrer, o Maranhão fica pros filhos ou volta pro povo. Rarará! E já tão chamando o Sarney de Benjamin Button: nasce com 80 e vira bebê! Relógio ao contrário! Ele é imortal MESMO. Literalmente! Ele escreveu "Marimbondos de Fogo", mas o Senado é que tava de fogo! Senadores de Fogo!

E escreveu "O Dono do Mar". Errado. Devia ser "O Dono do Mar... anhão". Mas o Sarney tá tão enfronhado na cultura brasileira que, quando estava indo pra Campina Grande, parei num posto. E em vez de "masculino" e "feminino" estava escrito nas placas dos banheiros "brasileiros" e "brasileiras". Rarará! E imortal é todo brasileiro: não tem onde cair morto! E agora com Temer e Sarney o PMDB quer dizer "Pomos a Mão no Dinheiro do Brasil"! E eu adoro mesmo os títulos dos textos do Sarney, tipo "A Vaca e a Internet"! É mole? É mole, mas sobe! (...)

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