segunda-feira, 22 de junho de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XI)


Blogue do Noblat
Mais um nome ligado a Sarney é funcionário do Senado

Descoberto mais um afilhado político de José Sarney (PMDB-AP) que faz parte da folha de pagamento do Senado. Anote o nome: Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho.

Está lotado desde 1995 no gabinete de senador que foi de Edison Lobão (PMDB-MA), atual ministro das Minas e Energia por indicação de Sarney, e que agora é de Edison Lobão Filho (PMDB-MA).

Pereira Filho ganha em torno de R$ 3.200,00 mensais, segundo me confirmou há pouco por telefone Lobão Filho. Mas não dá um único dia de trabalho no Senado.

O que faz Pereira Filho?

Ele é Diretor Administrativo/Financeiro da Fundação José Sarney, em São Luis, e também coordenador de eventos. Preside ainda a Associação dos Amigos do Bom Menino, ligada à Fundação.

Pode ser encontrado durante alguns dias da semana no Convento das Mercês, construção do século XVII, inaugurado com um sermão do padre Antônio Vieira, um dos mais notáveis pregadores da Cristandade.

É no convento que funciona a Fundação José Sarney, uma espécie de memorial do atual presidente do Senado que reune ali tudo que diga respeito à sua trajetória política - livros, condecorações, documentos e até o carro que usou quando foi presidente da República entre 1985 e 1989.

No final dos anos 80, o convento estava em ruínas. Sua recuperação custou R$ 10 milhões ao então governador do Maranhão Epitácio Cafeteira - que em seguida o doou à Fundação da Memória Republicana, criada por Sarney. Mais tarde, a fundação adotou o nome do seu criador.

A Constituição proibe a doação de bens públicos.

Lobão Filho levou um susto quando lhe telefonei no meio da tarde:

Quem é Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho?

Quem?

Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho

Não sei quem é.

É funcionário do gabinete do senhor.

Do meu? Não conheço.

Dê uma olhadinha aí por mim. Raimundo trabalha na Fundação José Sarney, em São Luis.
Vou ver e lhe telefono.

Há pouco, Lobão Filho me telefonou. Confirmou o que eu já sabia. "Ele presta serviços ao meu pai no Maranhão", justificou. "E deve prestar serviços também a Sarney".
Bingo! Lobão Filho está certo.
(Ironia: no Senado, neste momento, Sarney discursa dizendo que sua vida sempre esteve a serviço da ética.)


UOL
SENADOR CRISTOVAM BUARQUE DEFENDE AFASTAMENTO DE JOSÉ SARNEY

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu nesta segunda-feira (22) que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), licencie-se do cargo por um período de dois meses para voltar em "um momento diferente" da Casa.

Em discurso no plenário, Cristovam afirmou que Sarney "não está conseguindo liderar" os senadores na procura de uma solução para a crise moral da Casa. (leia mais aqui)


O Estado de São Paulo
SENADOR PEDE AFASTAMENTO DE SARNEY DA PRESIDÊNCIA DO SENADO
Avaliação de Cristovam Buarque é de que as denúncias estão sendo apuradas na Casa em ritmo muito lento

BRASÍLIA - O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu nesta segunda-feira, 22, o afastamento do senador José Sarney (PMDB-AP) da presidência da Casa por 60 dias, até que todas as denúncias contra o Senado sejam apuradas. "Espero que ele se afaste e passe o cargo para o vice-presidente do Senado (senador Marconi Perillo)", disse Buarque em discurso no plenário. A avaliação do senador é de que as denúncias estão sendo apuradas em ritmo muito lento


O Estado de São Paulo
Infográfico do Estadão apresenta ligações de cada nomeado no Senado com os gabinetes de José Sarney, Epitácio Cafeteira e Roseana Sarney. Confira aqui.


Blogue do Daniel Piza (Estadão.com)
ATOS SECRETOS

Estou mais uma vez com o presidente Lula: o senador José Sarney não é uma pessoa comum. Uma pessoa comum não tem ilha e mausoléu, não pertence aos imortais da ABL, não fica no poder por mais de quatro décadas sem se indispor com ninguém, não é detidamente resenhado por Millôr Fernandes, não tem jornais e rádios em todos os cantos de um Estado cujo IDH está entre os piores. Uma pessoa comum também não tem “atos secretos” para dar emprego público para os parentes de primeiro, segundo e terceiro graus e não tem a honra de ter presidido o Brasil num golpe da fatalidade e de ter levado a inflação aos três dígitos. E uma pessoa comum sabe o que entra em sua conta bancária, embora saiba melhor ainda o que sai e o que não entra. (leia mais aqui)

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