sábado, 30 de julho de 2011

Abaporu - número 04


Coluna Abaporu
  Criação coletiva
  

QUANDO A INJUSTIÇA IMPERA

Na semana, dois fatos vieram a público envolvendo a questão dos direitos humanos no Maranhão.
Um, foi trazido à blogosfera em imagem e som por Lígia Teixeira, em sua Coluna “Falando com Franqueza”, publicada aos domingos pelo blog Marrapá.
Outro, foi revelado nas páginas da revista Carta Capital, edição número 657.
Ambos envolvendo um ataque frontal à Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 – mas que passa longe de vigorar no Maranhão no início do século XXI.
O primeiro fato, a tortura a dois “ladrões de galinha” por policiais do Maranhão. Recapturados, após fugirem de alguma delegacia mal estruturada do Estado, eles foram prostrados e violentamente surrados nas nádegas. Enquanto recebiam o castigo, eram perguntados: “ainda vão fugir?”. Mesmo com o “não”, os presos ainda recebiam novas pancadas. O vídeo com as imagens do ato foi removido do You Tube por ser considerado conteúdo “chocante e repugnante”.
O segundo fato refere-se a um maranhense que conseguiu fugir da situação de trabalho escravo a que estava submetido numa fazenda no Pará. Protegido num abrigo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Marabá, ele conta nas páginas de Carta Capital como “gatos” atraem trabalhadores para essas fazendas, o cotidiano e a situação degradante a que são submetidos.
As duas situações exigem ação enérgica de governo e organizações da sociedade civil. Estas, no protesto, na denúncia e cobrança de ações do Poder Público; aquele, em fazer-se existir enquanto instância de execução de políticas públicas, na Administração Penitenciária e na garantia dos Direitos Humanos, especificamente.
A Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE) precisa ser efetivada para acompanhar mais essa denúncia. A SEDH (Secretaria de Estado dos Direitos Humanos) não pode ter uma política de avestruz e fingir que essa situação não é afeita a suas atribuições. Cabe à SEDH a política de erradicação do trabalho escravo.
Da mesma forma, à SEDH e à Secretaria de Administração Penitenciária cabe coibir exemplarmente essa caso de tortura acontecido em delegacias maranhenses.
Do contrário, os artigos quarto e quinto da Declaração Universal dos Direitos Humanos só servem para enfeitar seus discursos de entrega de medalhas no dia internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro):
- artigo IV: Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas
- artigo V: Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Não se pode naturalizar a violência! 

DA ÁGUA PARA O VINHO

Ao prometer o cenário de apoio à candidatura de Roberto Rocha à Prefeitura de São Luís, o PCdoB de Flávio Dino (que trocaria a disputa de 2012 pelo apoio de Rocha em 2014) conseguiu operar o milagre da transformação da água em vinho junto ao ex-tucano, agora “socialista” do PSB:
- de social-democrata com viés neoliberal desde os tempos de FHC, Rocha agora é socialista com viés nacional-desenvolvimentista protagonizado por Eduardo Campos (PSB/PE);
- de proprietário de grandes terras e líder do agronegócio na região de Balsas, passa a defender as bandeiras pela reforma agrária e agricultura familiar ao lado de Domingos Paz (PSB/MA, ex-presidente da Fetaema, a federação dos trabalhadores rurais);
- de proprietário da terceira maior rede familiar de emissoras de TV e rádio espalhadas pelo Maranhão (só perde para as famílias Sarney e Lobão), converte-se à luta pela democratização das comunicações junto à deputada Luiza Erundina (PSB/SP);
- de coordenador das campanhas de FHC-Alckmin-Serra, a base aliada do governo lulo-petista de Dilma Roussef;
- de linha auxiliar do sarneismo em 2010, conforme propagavam comunistas e socialistas de proa, a aliado prioritário do PCdoB em 2012: a dúvida é se logo na cabeça de chapa ou como vice para assumir dois anos depois.
O santo é forte!


DEVAGAR COM O ANDOR...
Mas, não é assim tão completa a metamorfose, como fez questão de discursar Roberto Rocha em seu ato de filiação: “Mudo de partido, mas não mudo minhas opiniões, minhas convicções”.
Pelo visto, RR apenas trocou de ave: o tucano pela pomba.
A ilha rebelde e o eleitorado de Flávio Dino com certeza compreenderão bem essa aliança pelo Maranhão...


O NOME DA TESE DA FOTO
O presidente do PCdoB de São Luís explica a aliança PCdoB de Dino e PSB de Rocha. É a tese da foto:
“Imagina uma foto eleitoral com Flávio Dino, Bira, Marcelo Tavares, Rubens Júnior, Edvaldo Júnior, Eliziane Gama, Roberto Rocha... É a foto da vitória no curto, médio e longo prazos”.
Essa tese da foto é velha, em 2010 tinha até nome: “Frente de Libertação do Maranhão”, foto que Jerry e o PCdoB foram críticos de suas alianças, inexistência de programa e ações governamentais.
Além de nome, a foto da época ganhou até apelido: “sarneismo sem Sarney”.


AH, COMO EU SOU BANDIDO (I)

Com a legitimidade de ter sido um dos pioneiros na adesão petista à oligarquia, o secretário de Estado de Trabalho, José Antonio Heluy, fincou estaca no terreno petista da capital: defende a reedição da aliança PMDB-PT e se apresenta como pré-candidato a cabeça da chapa. Nada de acordo e unidade em torno de Bira.
Se a chapa não puder ser PT-PMDB, lhe serve a alternativa PMDB-PT... com ele na vice!


AH, COMO EU SOU BANDIDO (II)

Antes adivinho do futuro eleitoral de Bira do Pindaré, “não se elege nem mais para síndico”, o blogueiro Marco D´Éça aderiu à tese da unidade petista em torno de Bira para prefeito. Criticou duramente o ensaio de José Antonio Heluy. Aprendeu rápido que Bira tem futuro...


"DIÁLOGO" PETISTA

Do deputado Domingos Dutra sobre a resistência birista:
“Estou em fase de respeitar todos os desejos e interesses alheios para ver os meus respeitados, com a condição de que tudo seja claro e não através de subterfúgios e golpes. Desta forma, se editaram um novo manifesto, rebaixaram o conteúdo; mudaram a coordenação com exclusão de nomes ligados a mim, porque não mudaram o nome resistência petista e não colocaram concertação petista, diálogo petista ou outro que se harmoniza com o pacto interno com a turma de Sarney?
(...) por que elaborar um novo manifesto, conservador, sinalizando para oligarquia (independência ao invés de oposição), de acomodação com os que entregaram o PT para Sarney (dialogar com as forças da direção estadual), eleição de uma nova coordenação, além da negativa e esvaziamento da representação junto ao Diretório Nacional contra os desmando da CNB (um ano e seis meses sem reunião do DR, membros da Executiva no governo, etc)?”


MINHA CASA, MINHA DÍVIDA

Surfando no Programa de moradia da Dilma, o tucano João Castelo faturou o sorteio da CEF de 8 mil unidades do programa “Minhas Casa, Minha Vida” para São Luís.
Discursou dizendo-se satisfeito em dar casa ao povo, como já fizera quando governador, com a Cidade Operária etc etc... Na verdade, o povo ganha é uma dívida daquelas. As prestações suaves, mas para serem pagas por uma geração da família.
O programa é bom. Mas melhor seria se ao invés de priorizar os grandes e famintos do mercado imobiliário, fosse reforçado o crédito solidário e o sistema de mutirão pela comunidade para a construção das casas, nos moldes do modelo defendido pelo movimento de moradia.
Em tempo: por sinal, a União Estadual por Moradia Popular incomoda tanto o capital imobiliário que este resolveu bancar o jornalista de porta de cadeia Jânio Arlei para atacar a entidade. Arlei sequer dá direito de resposta à União. Mas está com a tela de seu programa permanentemente aberta à turma do cofre.


POUCAS E BOAS...

n O imberbe e a ninfeta. Do deputado Rubens Júnior depois de mal interpretado em sua brincadeira com a agora “sex simbol” Sandy: “Daqui pra frente nada de sexo. Nas mídias sociais rsrs”. Júnior brincou que até Sandy fazia sexo anal, mas Roseana não inaugurava os 72 hospitais. Pra quê! Apanhou da sarneyzada feito frango novo em briga de galo.
n Pito ao vivo. Com toda a força de ser apenas um isento e atento ouvinte de rádio AM, Antonio Carlos entrou ao vivo no programa Ponto Final, da Mirante AM – apresentado por Roberto Fernandes, e perguntou: “essa rádio é do Sarney, não é Roberto? Acho que por isso vocês não falam nada do governo do estado. É igual a Rádio Capital, também de político. Que só bate no Castelo, que realmente tá fazendo um governo muito ruim. Vocês deveriam mudar, ser mais justo. Assim é exagerado demais. A gente não sabe em quem acreditar. A propósito, bota a voz do Deni Cabral, que hoje tá fazendo um ano que ele morreu, não é? Obrigado, Roberto”. Fernandes retrucou que ali também se critiva o governo da Roseana e tal... como eles dizem n´O Estado do Maranhão então, tá!
n Apenas convidado. Itevaldo Júnior esclarece que o secretário estadual de Comunicação do PCdoB é o jornalista Márcio Jerry. Deixou a entender que é apenas um filiado do partido convidado ao seminário de Comunicação. Ok, registrado.
n Dilema do EMA sobre o PSOL: ignorar ou desinformar? Pegue o número 15. Agora divida por 03. Deu 03 partes de 05? Agora some 05 mais 05. Deu 10? Dez é dois terços ou metade de 15? É maioria absoluta ou maioria apertada? Pois é. Essa conta básica a coluna Estado Maior não quis fazer, e preferiu induzir os leitores d´O Estado do Maranhão à interpretação errada sobre a decisão da Executiva Nacional do PSOL, que teria “rachado” ao aprovar Nonatto Masson como novo presidente do PSOL maranhense. Masson teve 10 votos a favor e nenhum contra. As cinco abstenções não fizeram qualquer declaração de voto para deslegitimar a decisão. É procurar chifre em cabeça de cavalo...


ECOS DO TWITTER...


 Clodoaldo Corrêa 


 Sóstenes Salgado 




 Chico Alencar 


 Pedro Venancio 

@ 



 José Simão 
 by Lyd_Ribeiro






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