De CAOSTELO a EdNADA: nenhuma mudança na administração de São Luís |
Duas
greves ocorrem na capital maranhense: a dos professores municipais e
a dos rodoviários e empresários de ônibus. Ambas são radicalmente
diferentes no tratamento que recebem do poder público municipal.
A
dos professores pleiteia reajuste salarial, melhores condições de
trabalho (escolas caindo aos pedaços não faltam na cidade), eleição
direta para diretores das escolas, dentre outros pontos. Para o
atendimento de suas reivindicações, demonstram os recursos oriundos
do FUNDEB e outras fontes que escapam à alegada crise financeira
pela qual passaria a Prefeitura de São Luís.
Da
Administração Municipal, os professores recebem a falta de diálogo;
uma proposta risível de reajuste (em três parcelas...), ameaça de
corte de ponto, isolamento na mídia local, que praticamente ignora a
greve dos docentes municipais.
A
greve dos rodoviários e empresários de ônibus é diferente.
Sim,
cara leitora, caro leitor, parece esquisito, mas a greve não é
apenas dos rodoviários. Basta raciocinar: onde já se viu greve de
trabalhadores sem que empresários ameacem corte de ponto? Sem risco
de demissão por faltar ao trabalho? Sem repressão aos mesmos para
colocar os ônibus circulando? Há algo de suspeito nessa greve.
E
a população percebeu rapidamente isso. Pelas redes sociais, fica
claro: qualquer
aumento de passagens significará uma explosão de protestos na
cidade.
Se
à greve dos professores sobra dureza na negociação, à dos
rodoviários e donos de ônibus não faltam rodadas e rodadas de
conversa. Sempre girando em uma saída miraculosa que beneficie os
empresários, a partir do orçamento público, para que haja o
reajuste aos salários dos rodoviários.
Fala-se
em cortar a “domingueira”, o benefício que garante à população
pagar meia passagem aos domingos; pensa-se em reduzir impostos;
propõe-se atacar a fraude das carteiras estudantis, emitidas
exatamente pelas entidades estudantis ligadas à Prefeitura,
fiscalização rigorosa aos idosos, biometria facial etc, etc.
Só
não se propõe o essencial: TORNAR
PÚBLICA A PLANILHA DOS CUSTOS DO TRANSPORTE DE SÃO LUÍS;
fazer a LICITAÇÃO
DAS LINHAS;
MELHORAR
A QUALIDADE DO TRANSPORTE
(ônibus novos, paradas e terminais decentes). A população até
aceitaria pagar mais caro se houvesse um sistema de transportes de
qualidade. Como ele inexiste, sua reivindicação é clara: NENHUM
AUMENTO DE PASSAGENS!
Isso
foi prometido há um ano pelo senhor Prefeito Edivaldo Holanda
Júnior, quando recebeu em seu gabinete as lideranças das
manifestações de junho de 2013: e até hoje NADA!! Nada de
Conferência de Transportes, nada de Conselho Municipal de
Transportes, nada de planilha dos custos do sistema! Foram apenas
palavras ao vento.
Aos
professores, prometeu-se há um ano um tratamento de permanente
diálogo sobre as condições de trabalho e salarial da categoria.
Também nada foi feito.
As
fotos da situação das paradas, das latas velhas que são os ônibus
que circulam na cidade, das escolas encharcadas pela água da chuva,
pois o telhado não tem conservação, etc, revelam pela internet o
completo abandono das escolas municipais. Escola em tempo integral,
então, é um sonho reivindicar essa promessa de campanha!
QUANDO
O PREFEITO TOMARÁ POSSE NA PREFEITURA? Parece
ser a pergunta que paira na cabeça de todo ludovicense cujas
esperanças depositou no atual gestor.
Em
São Luís, é fato: temos duas greves, uma cidade e nenhum governo!
E
para resolver essa situação é preciso chamar o povo à
participação.
É
necessário inverter a prioridade da gestão: TRATAMENTO DURO AOS
DONOS DE ÔNIBUS, RESPEITO AOS PROFESSORES DAS CRIANÇAS DESTA
CIDADE, senhor Prefeito!
(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 01/06/2014, opinião - p. 03
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