Franklin Douglas (*)
Encerra
no dia 30 de junho, o prazo oficial para realização de convenções
eleitorais dos partidos políticos para a escolha de seus candidatos
às eleições de outubro.
Tempo
de cada um cuidar de seu quintal, de início de traições, pula-pula
e troca-troca de apoio a candidato, aliando-se àquele com maior
perspectiva de poder.
E
no salve-se que puder, três emblemáticos exemplos: Sarney no Amapá,
Ricardo Murad em Coroatá e o reitor Natalino Salgado na UFMA.
Começando
pelo último, foi estarrecedor à comunidade universitária ver o
reitor ceder ao PMDB as instalações da Universidade para a
realização da convenção dos partidos em apoio a Lobão Filho.
Logo
o reitor que mal acabou de fundar um sindicato estadual de
professores e de contribuir para tomar de assalto o DCE/UFMA, sob o
argumento de que essas entidades, ao invés de representar os
docentes e os estudantes, estariam, vejam bem, sob interesses de
partidos!!
Depois
de “inaugurar” o Centro de Convenções da UFMA e o Centro
Pedagógico Paulo Freire ao lado do Ministro da Educação do Governo
Dilma (em 5/5/2014), e o Núcleo de Esportes, ladeado pelo deputado
Domingos Dutra (do Partido Solidariedade, que deliberou apoio ao
tucano Aécio Neves) e por Flávio Dino - PCdoB (em 3/6/2014),
Natalino Salgado iniciou seu “tempo de murici” aproximando-se da
oligarquia, cedendo a UFMA (em 27/6/2014) ao grupo que há 50 anos em
nada desenvolveu a educação maranhense, o combate ao analfabetismo
ou contribuiu para o desenvolvimento científico do estado.
Para
cuidar de si, Natalino Salgado fez algo nunca
antes visto na história daquela universidade:
abriu as portas da UFMA à oligarquia Sarney!
Ricardo
Murad é outro que também tratou de cuidar de seus interesses, posto
que, qualquer que seja o resultado das eleições de outubro, estará
sem poder de fogo no próximo governo.
Via
CAEMA, o Governo da família Sarney-Murad liberou nada mais, nada
menos, de que R$ 30.000.000,00 (TRINTA MILHÕES DE REAIS) para a
esposa de Ricardo Murad – a prefeita de Coroatá, Teresa Murad –
“executar melhorias e ampliação do sistema de abastecimento de
água da cidade” (Contrato nº 30/2014, de 30/4/2014).
Logo
ele que, como bem lembrou Wagner Baldez, em seu artigo “DR. RICARDO
MURAD, ASSINE SUA RENÚNCIA!”, prometeu, no dia 29 de dezembro de
2013, que RENUNCIARIA DO CARGO DE SECRETÁRIO DE SAÚDE SE, ATÉ
ABRIL DE 2014, NÃO RESOLVESSE O PROBLEMA DE ÁGUA DE SÃO LUÍS
(Jornal Pequeno, 29/12/2013 - capa).
Ricardo
Murad não só não resolveu o problema de água de São Luís, como
não renunciou e ainda mandou para seu feudo político o dinheiro que
poderia amenizar a situação da falta d´água na capital
maranhense. Pinóquio maior não há!
No
seu “tempo de murici”, Murad trata é de eleger a filha deputada
estadual. No Maranhão é assim: renova-se sem mudar nada,
elegendo-se filhos, filhas, juniores e netos!
Se
no “tempo de murici” por aqui é assim, imagina no Amapá.
Devolvido pelo povo de lá a seu estado de origem (para tristeza dos
maranhenses!), Sarney, mal nas pesquisas, sem apoio no próprio grupo
político e abandonado aos leões pelo PT amapaense, anuncia a
desistência de uma candidatura ao Senado pelo estado que criou, na
Constituinte de 1988, só para isto: manter-se no poder, qualquer que
fosse o governo (do PMDB ao PT, passando pelo PSDB).
Sai
da política deixando o legado do atraso, do mandonismo, do
clientelismo, do patrimonialismo, do nepotismo. Uma herança que
viciou tanto a cultura política maranhense que podemos dizer que
VAI-SE UM OLIGARCA, FICA A OLIGARQUIA E SEU LAMENTÁVEL JEITO DE
FAZER POLÍTICA!
Se
no “tempo de murici é cada um cuide de si” - como registrou Euclides da Cunha, em "Os Sertões", a frase com a qual o Coronel Tamarindo justificou o seu abandonou a sua tropa na Guerra de Canudos (1896-1897) -, cuide-se cara
(e)leitora, caro (e)leitor, nada de seis por meia dúzia e trate de
inaugurar de verdade outro ciclo na política maranhense, pois está
aberta a temporada de caça ao seu voto!
(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 29/6/2014, opinião - p. 03
(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 29/6/2014, opinião - p. 03
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