quinta-feira, 19 de junho de 2014

Chico Buarque - 70 anos

Chico Buarque se apresenta no palco do Vivo Rio, no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (5) (Foto: Alexandre Durão/G1)


Do G1

"Um dos mais importantes nomes da música popular brasileira, Chico Buarque completa 70 anos nesta quinta (19). Quarto dos sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim, ele nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1944, e desde muito cedo demonstrou interesse pela música.
Aos nove anos, quando morava com a família na Itália, compôs suas primeiras marchinhas de carnaval, e por volta dos 12 já escrevia operetas que eram cantadas pelas irmãs, segundo uma delas, Ana de Hollanda. Na adolescência, descobriu na literatura mais uma paixão, além da música e do futebol. A carreira, porém, só começou para valer nos anos 60, quando abandonou a faculdade de Arquitetura e passou a se dedicar a shows e, pouco depois, festivais. Seu primeiro disco, um compacto com “Pedro pedreiro” e “Sonho de um carnaval”, foi lançado em 1965. No mesmo ano conheceu Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Em 1966, foi um dos vencedores do II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record (em empate com “Disparada”, de Théo de Barros e Geraldo Vandré), e, além de ver sua música traduzida para vários idiomas, gravou seu primeiro LP, conheceu a futura mulher, Marieta Severo, e teve seus primeiros atritos com a censura do governo militar, que se agravariam no ano seguinte, quando ele escreveu a peça “Roda Viva”.  Depois de ser preso, em dezembro de 1968, mudou-se para a Itália no que chamou de “autoexílio”. Já de volta ao Brasil, teve mais problemas em 1970, quando “Apesar de você” foi censurada, e em 1973, quando sua própria gravadora o impediu de cantar “Cálice”. Cansado das perseguições, criou um personagem, Julinho da Adelaide, e com esse pseudônimo conseguiu lançar músicas sem problemas.
Seu primeiro livro, “Fazenda Modelo”, foi lançado em 1974. Cinco anos depois ele publicou um livro infantil, “Chapeuzinho amarelo”, e em 1981 finalmente editou “A bordo do Rui Barbosa”, um poema da década de 60. Chico é autor ainda de quatro romances: “Estorvo” (1991), “Benjamim” (1995), “Budapeste” (2003) e “Leite derramado” (2009), e cinco peças de teatro: “Roda viva” (1967), “Calabar” (1973), “Gota D’água” (1975), “Ópera do Malandro” (1978) e “O grande circo místico” (1983).
Nos anos 80, o cantor voltou aos palcos, após nove anos de afastamento, e se tornou um dos rostos da campanha pelas Diretas Já, com a música “Vai passar” sendo uma das mais usadas pelo movimento. Em 1986, retornou também à TV, apresentando durante sete meses o programa “Chico e Caetano”, com Caetano Veloso, na TV Globo.
Já na década de 90, se tornou avô, encerrou um casamento de 33 anos e ajudou a Mangueira a conquistar um título de campeã do carnaval carioca ao se tornar enredo da escola, à qual é ligado há muitos anos e pela qual sempre desfilou. Nos anos seguintes, foi tema de dois documentários, “Chico ou o país da delicadeza perdida”, dirigido por Walter Salles e Nelson Motta e lançado em 2003, e “Dia voa”, de Chico Natal, em 2012."

Das preferidas do editor do Ecos, fica abaixo "Geni e o Zepelin" aos leitores/as.

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