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Oito quilombolas, indígenas e camponeses fazem greve de fome no INCRA/MA |
Vias deFato, editado - Um grupo de 31 organizações
sociais lançou nota em solidariedades à greve de fome feita
por oito pessoas que estão acampadas na sede do INCRA, no Maranhão. As
entidades responsabilizam o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB/PSDB), e a presidenta
do Brasil, Dilma Rousseff (PT/PMDB), por “qualquer dano à saúde e a vida dos grevistas”, já
que os dois “têm se mostrado indiferentes e insensíveis diante deste ato” dos
oito maranhenses, entre camponeses, indígenas e quilombolas.
NOTA EM SOLIDARIEDADE AO ACAMPAMENTO
BEM VIVER
Diante da indiferença das
autoridades constituídas (federais e estaduais), oito pessoas permanecem, há
seis dias, em greve de fome, na sede do INCRA, em São Luís do Maranhão.
São elas: Valdenilde Gamela
(indígena, 25 anos), Maria Doracy Ferreira (quilombola, 36 anos), Maria da
Conceição (Concinha, quilombola, 46 anos), Antônio Pereira (camponês, 52 anos)
Naildo Braga (quilombola, 33 anos), Deusdeth Martins (quilombola, 53 anos),
Lurdilene de Jesus (quilombola, 25 anos) e Ivonete Galvão (quilombola, 44
anos).
Acampados no INCRA desde à tarde
da segunda-feira passada (08/06), quilombolas, indígenas e camponeses do
Maranhão reivindicam ações efetivas para a titulação dos seus territórios.
A greve de fome coletiva foi
definida após uma assembleia geral. Esse ato extremo representa a urgência do
cumprimento das pautas apresentadas pelo movimento. A origem do problema está
no caráter genocida e racista do estado brasileiro, com o qual o governo Dilma
está comprometido.
As ações deste governo privilegiam
seus compromissos com o modelo de desenvolvimento voltado para os grandes
projetos, agronegócio e latifúndio. Isso resulta no total sucateamento dos
órgãos que deveriam executar a política fundiária em favor dos povos e
comunidades tradicionais.
De maneira vergonhosa, o INCRA, na
única audiência que teve com o movimento, ocorrida na sexta-feira (12/06),
deixou claro seu descaso em atender às reivindicações, ao enviar um funcionário
sem qualquer poder de decisão.
Além disso, o governador Flávio Dino, com sua submissão ao modelo de
desenvolvimento hegemônico e seu discurso de “mudança”, está omisso frente ao
sacrifício e mobilização das comunidades quilombolas, indígenas e camponesas,
com uma atuação que revela sua relação com a estrutura oligárquica do Maranhão.
Assim,
qualquer dano à saúde e à vida dos grevistas é de inteira responsabilidade da
presidenta Dilma Rousseff, do governador Flávio Dino e do ministro Patrus
Ananias, que até aqui têm se mostrado indiferentes e insensíveis diante deste
ato.
São Luís (MA), 14 de junho de 2015.
1 Conselho Indigenista Missionário
(CIMI)
2 Comissão
Pastoral da Terra (CPT)
3 Cáritas
Brasileira Regional Maranhão
4 Associação
dos Professores da UFMA (APRUMA)
5 Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)
6 Jornal
Vias de Fato
7 Sociedade
Maranhense dos Direitos Humanos
8 Irmãs de
NotreDame de Namur
9 CSP-CONLUTAS
10 Teia de
Povos e Comunidades Tradicionais
11 Grupo de
Estudos Desenvolvimento, Meio Ambiente e Modernidade (GEDMA/UFMA)
12 Articulação
Nacional Quilombola
13 Movimento
Quilombo Raça e Classe
14 Quilombo
Urbano
15 Movimento
Quilombo Brasil
16 Movimento
Luta Popular
17 Coletivo
Mandacaru
18 SINTRAJUFE
19 Grupo de
Estudos e Debates em Serviço Social e Movimento Social (GSERMS/UFMA)
20 GEPOLIS/UFMA
21 NERA/UFMA
22 LIDA/UEMA
23 LEPEC/UFPE
24 Movimento
Mulheres em Luta
25 PSTU
26 Movimento
Eu Quero uma Casa no Campus
27 ANEL
28 Centro
Acadêmico de 1º de Maio (CAIM-Direito/UFMA) - Gestão Fagulha
29 CAGEQ/UFMA
30 Núcleo
de Extensão e Pesquisa com populações e comunidades Rurais, Negras, Quilombolas
e Indígenas (NuRuNI/UFMA)
31 Associação
Nacional de Ação Indigenista (ANAI)
32 Dep. Fed. Jean Wyllys (PSOL/RJ)
(*) editado às 8h01 de 17/6/2015 para acrescentar a assinatura do dep. Jean Wyllys ao documento acima