terça-feira, 16 de junho de 2015

Greve de Fome no INCRA/MA- ANEL: Por mais políticas públicas para o campo e cidade!

NOTA DE APOIO A OCUPAÇÃO DO INCRA PELOS QUILOMBOLAS, INDÍGENAS E CAMPONESES





Nesta segunda, quilombolas, indígenas e camponeses, tendo a frente o MOQUIBOM (Movimento Quilombola do Maranhão) ocuparam o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Os motivos da ocupação são os mesmos que estão presentes nas lutas históricas desses sujeitos.
Os quilombolas cobram a titulação de suas terras e a aceleração na realização dos laudos antropológicos. Os indígenas exigem a demarcação imediata das terras onde vivem, além disso, ambos denunciam as ameaças de morte que as lideranças vêm sofrendo.
A completa demonstração de descaso do INCRA influenciou a iniciativa de ocupação do prédio, sendo que 10 quilombolas entraram em greve de fome como forma de chamar atenção para a realidade que enfrentam.
A Questão Agrária no Maranhão, caracterizada por conflitos agrários de empresas capitalistas do agronegócio e latifundiários contra o povo do campo, tendo como mediação o Estado com a negação e/ou precarização de políticas públicas compõe o processo de exclusão e “massacre silencioso” das populações camponesas.
O governo anualmente destina rios de dinheiro para o agronegócio, enquanto que para os trabalhadores do campo o que restam são ameaças e expulsão forçada das terras de seus ancestrais.
A luta dos trabalhadores do campo deve está unificada a luta dos trabalhadores da cidade, afinal os sujeitos que são expulsos do campo se refugiam nas periferias das grandes cidades em busca da reconstrução de suas vidas. E chegando nas cidades o que encontram mais uma vez é total descaso do Estado, que empurra-os cada vez mais para a marginalidade.
Ao invés de investir em políticas públicas como saúde, educação e Reforma Agrária o Governo Dilma prefere aprovar medidas que nos atacam ainda mais, maior exemplo disso são as MP’s 664 e 665 e o PL 4330, que retiram direitos históricos conquistados a sangue e suor pelos trabalhadores do campo e da cidade. O Governo Dilma e o PT mais uma vez mostram que não governam para o povo, mas sim para a burguesia, empresários, banqueiros e latifundiários.
É necessário que se coloque a situação da juventude trabalhadora do campo e da cidade que desde cedo saem em busca de emprego, sendo impedidos de concluírem os estudos e são esses jovens que majoritariamente estão atuando em postos de trabalhos mais precarizados. Hoje a maioria dos trabalhos terceirizados, como o telemarketing ou os trabalhos semiescravizados, como o corte de cana-de-açucar é ocupado por jovens. Se formos fazer um recorte, nos dois casos tratam-se de jovens negros.

Especificamente em relação ao trabalho terceirizado, basta olharmos uma sala de telemarketing ou os trabalhadores dos serviços gerais dos prédios públicos que vemos que se tratam basicamente de mulheres, negros e lgbt’s, ganhando um recorte de raça, gênero e orientação sexual. Os sujeitos mais oprimidos da sociedade são também os mais explorados e semiescravizados. A redução da maior idade penal também é um ataque direto a juventude pobre e negra da periferia. 
Por isso, a ANEL se solidariza com luta dos companheiros quilombolas, indígenas e camponeses. É hora da juventude, os trabalhadores do campo e da cidade unificarem ainda mais suas lutas e dizer ao governo que queremos mudanças concretas de vida e nenhum direito a menos!
Pela imediata titulação e regularização das terras remanescentes de quilombo!
Pela demarcação das terras indígenas!
Por uma Reforma Agrária radical, que exproprie os latifúndios sem indenização!
Por mais políticas públicas para o campo e cidade!
Abaixo a redução da maior idade penal!
A juventude negra deve ter direito ao futuro!

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